domingo, 11 de abril de 2010

Punição

Bom, como este é um assunto muito visado por mim ultimamente, então farei um longo post.

Primeiramente que "punição é a adição no ambiente de um reforçador negativo (que é o estímulo que sua retirada do ambiente aumenta a frequencia da resposta emitida [fuga/esquiva]), também conhecida como punição positiva, ou a retirada de um reforçador positivo do ambiente(que é o estímulo que sua adição ao ambiente aumenta a frequencia da resposta emitida) também conhecida como punição negativa.".

Sabendo disso, temos punidores condicionados e incondicionados.
Incondicionados são os punidores como choque, chuva, um tapa na cara (este ultimo, que por exemplo, pode variar de acordo com o limiar de dor... uma pessoa com ranseníase pode não ter um tapa no braço como punição, do mesmo jeito que você der um tapa em um cara queimado de sol pode ser extremamente punitivo).
Condicionados são os punidores que são associados com um incondicionado (exemplo, um ladrão te dá um chute no pé, ele tava de óculos escuro, e vc passa a fugir e esquivar de pessoas que usam tal acessório).

Bom, podemos dizer então que existem punidores que não são ruins, afinal, morrer de fome, morrer de sede, morrer de sono, assim como morrer de infecções , ou de contusões que não foram devidamente "alertadas", seria muito comum. Ou uma ameça como "se não fizer isso eu te mato" e o cara tivesse com uma faquinha de manteiga, se nao tivesse esse estimulo punitivo, provavelmente você não correria (ou dava um peteleco no ouvido) e perderia então seu dinheiro à toa.

Mas existem punidores extremamente ineficazes para quem aplica principalmente. Como citado acima, se você não tiver uma arma de fogo, e sim uma faquinha de manteiga, ameaçar não será de tanto efetivo e pode gerar algo contra você pior ainda. E nesses que gosto de me focar. Quando em uma conversa, ser punitivo pode ser de muito mal grado, afinal, pode gerar respostas que nao condizem com seu objetivo. Um indivíduo ameaçado é um indivíduo que você não sabe como vai responder. Punições como "você é um idiota" são completamente inúteis na maioria dos contextos e só adiantam para fomentar brigas e discussões nada proveitosas, que são afinal, claras esquivas/fugas deste estímulo aversivo, fugas que podem ser até outras punições, virando assim um circulo vicioso onde todos punem e todos fogem com mais punição. Assim como numa briga de rua, onde o mais forte pune com mais eficácia o mais fraco, fazendo com que este sucumba, as brigas na internet por exemplo, podem ter o mesmo rumo. Acusar (que nada mais é que uma tentativa de punição por difamação por exemplo "você está sendo ridículo"), xingar (seu idiota), apontar somente os erros (viu que voce ta sendo grosso?), ameaçar (se nao parar de ser grosso eu te bato), são punições muito comuns no comportamento verbal.

Uma saída pra isso é não punir. Ser contra a punição nesses casos é completamente viável, pois favorece o bom entendimento e consenso e também que não haja fugas e esquivas eternas. Uma fuga simples como "por favor, use o D maiúsculo no meu nome" pode ser encarado como uma punição, e uma das saídas do indivíduo é esquivar-se usando o D maiúsculo (pra vc parar de encher a paciência), ou ele pode não fazer e te irritar mais, e enfim. Não punir pode ser indicar à pessoa que o fazer dela trará consequencias positivas pra ela. Numa conversa na internet podemos traduzir isso com um exemplo como "cara, que tal falar com mais calma, assim todos te entendem melhor" ou até mesmo um "O que você acha de usar menos palavrões? É muito mais tranquilo pra todos e você ainda ganha uns colega!" rs...

Acho que tá bom ;)

Abraços.
obs.: agradeço aos colegas da comunidade Psicologia, Analise do comportamento e Estudantes de psicologia, que me INSPIRARAM PROFUNDAMENTE para este post.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Arte como instrumento "psico"terapeutico.

Olá pessoas, desculpem minha ausencia, mas neuroanatomia funcional e meu estágio, com bases Winnicottianas, tem ocupado muito do meu tempo.

Como prometido, falarei um pouco sobre arteterapia.

Muito criticada por muitos e pouco estudada pelos mesmos, a arteterapia é uma maneira "nova" de se lidar com inúmeras variáveis em vários ambientes. Percebe-se que ela também tem pouco embasamento "teórico", e abordagens como analise do comportamento e até mesmo psicanalise tem pouca ou nenhuma produção com este tipo de instrumento.

Ela é na verdade mutável. Qualquer psicólogo de qualquer abordagem pode utilizar a arte como instrumento. Existem vários tipos de "artes". Arte conceitual, pintura, desenho, fabricação e pintura de máscaras, argila, etc.. Cada uma tem algo a acrescentar, e descobrir o que cada processo artístico pode gerar de positivo para o cliente/paciente bem para com a comunicação entre ele e psicólogo pode produzir gratas surpresas.

Citarei um exemplo, do retratado acima. Imaginemos que tenhamos em nossa responsabilidade uma pessoa tímida, que tem dificuldade em ser tocada, etc. Podemos propor para ela uma atividade de produção de máscara. Por que? Primeiro, ao produzir uma máscara de gesso, a pessoa aprende, com o auxilio do psicologo, a tomar cuidado com a pessoa que está servindo de "modelo", ela vê a produção dela, entre outros pormenores que mais tarde podem ser benéficos. Quando ela é o modelo, outras variáveis estão acontecendo, como por exemplo, o "deixar" ser tocada, o não poder falar, o auto-controle, o "estar numa posição de submissão", etc. Analisando dessa maneira, este processo artistico pode sim ser generalizado para outras situações da vida da pessoa e contribuir qualitativamente. Uma pintura pode ser utilizada como "meio de acesso" do psicólogo para com a subjetividade da pessoa, por ser geralmente uma "abstração", pode ser discriminativa para lembrar de situações que perguntas diretas e objetivas podem não conseguir.

Enfim, a arte tem muitas possibilidades, aproveitar e estudar essas possibilidades a partir de sua base teórica pode ser muito útil para uma qualificação profissional e para uma amplitude maior de práticas para serem utilizadas em situações e problemáticas diferentes, principalmente quando falamos de clínica, limitada a "uma hora por semana" geralmente.

terça-feira, 9 de março de 2010

Ausência

Olá pessoas, estou meio ausente no momento, estou preparando um artigo aqui pro blog sobre arteterapia, e um outro sobre auto-controle, aguardem. :D

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Treino na sala de aula, uma possibilidade.

Darei uma sugestão para qualquer estudante de qualquer área, não só a psicologia.

Primeiramente, gostaria que interpretassem o seguinte texto como uma sugestão. Sugestão essa que é minha, que eu pratico e que tem resultados para a minha pessoa, não significa que funcionará para ti, mas que pelo menos leia e "pegue" o que achar melhor.

Estudante, a primeira sugestão que tenho é: identifique quais as habilidades necessárias para o profissional que quer ser. Citarei algumas habilidades que acredito serem essenciais para um psicólogo:

1)Ter paciência.
2)Saber ouvir.
3)Saber não interromper outra pessoa, falar no momento certo.
4)Falar de forma calma e clara para todos os presentes.
5)Falar de forma coesa, ou seja, que sua frase tenha sentido do começo ao fim.
6)Não ter devaneios e fugir muito do tema atual. Ex: nao fale de íons se o assunto é "como comer um hot dog", ou vice-versa.
7)Não julgue, analise sempre a função e entenda o outro por mais aversivo que ele possa ser.

A partir disso, a segunda sugestão é que pratique tais habilidades na sala de aula, na relação com seus amigos, com o professor, com o tio da cantina, etc. Tornando essas práticas diárias e corriqueiras, talvez deixem você muito mais preparado para quando for atuar, do que se não tivesse treinado nunca. Não espere chegar na hora da prática para praticar. Se antecipe aos fatos, se exponha a essas experiências, peça ajuda, treine o contato pessoal, verbal. Treine o cuidado ao outro, ajude, compreenda.

Espero que este post tenha contribuído com algo. Fui.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um fato da psicologia sócio-histórica

Olá querido leitor do meu blog.
Hoje falarei sobre uma diferença que a psicologia sócio-histórica diz ter do behaviorismo, mas que de fato não há. Pretendo demonstrar isso em linguagem bem prática.

A sócio-histórica acredita que o comportamento humano é fruto da filogênese (leigamente chamada de genética), ontogênese (desenvolvimento do indivíduo), micro-gênese (história particular do indivíduo), sócio-gênese (podemos incluir aqui a influência das interações humanas, cultura, classe social, etc.).

Pois bem... Embora possa parecer muito diferente do behaviorismo radical não é.
O behaviorismo radical credita o comportamento à filogênese, à ontogênese e à cultura. A questão me parece simples de resolver pois, o que a sócio-histórica credita à micro-gênese, está incluso no que o behaviorismo credita à ontogênese, e a sócio-gênese pode facilmente ser incluida e dividida entre a ontogênese e cultura.

Então, não é tão diferente, aliás, não é NADA diferente. Pelo que me parece, a sócio-histórica quis deixar claro as diferenças entre social, individual, genético e desenvolvimento (talvez o desenvolvimento aqui tenha uma visão antiga de desenvolvimento biológico). Já o behaviorismo teve as definições destes conceitos de tal forma que abarcasse, e abarca ainda, tudo isso.

Pois é, diferentes países, diferentes conceitos, mas... que chegaram no mesmo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Behaviorismo pode ser Social - Crítico.

Escola, ambiente de muitos traumas infantis para muitas pessoas, assim como de amizade, entre outras situações características desta instituição. Pois bem, hoje falarei sobre o que presenciei em sala de aula e utilizarei este blog como um desabafo, mas também, como informativo para quem se propor a ler. Agradeço desde já a atenção, e prometo um doce para cada um que ler e me formular uma resposta crítica :P

Foi discutido 4 tipos de pedagogia:
1) Tradicional. Aquela que "joga" o conteúdo no indivíduo meio que por obrigação e imposição, a fim de torna-lo um baú de informações (por muitas vezes inúteis), e o psicólogo neste contexto não tem muito espaço, além daquele de ser um clínico no ambiente escolar, algo totalmente contraditório. O indivíduo é uma "tábula-rasa" (adoram usar esse termo não?).

2)Escola Nova. Uma crítica a tradicional, porém com uma visão, pode-se dizer, inatista, pois implica num indivíduo que busca ele próprio o conhecimento, com o professor sendo utilizado apenas como um apoio. Sendo assim, os mais atenciosos são privilegiados, e os mais "na deles", são jogados de lado, afinal, ele são assim mesmo, não querem trazer nada pra escola, então pode deixar eles desse jeito.

3)Tecnicista. Bom... aqui começam as barbaridades anti-behaviorismo. Tecnicismo é a escola que "capacita" o indivíduo para um trabalho específico, onde também se começou a utilizar os testes vocacionais.
1º Dizer que o tecnicismo é fruto de uma visão behaviorista é COMPLETAMENTE equivocado. PODE-SE dizer que, ao analisar a abordagem behaviorista radical, tendo em vista objetivos de capacitar o proletariado, notou-se que ela seria eficaz para tal proposta e, portanto, poderia ser utilizada.
2º Do mesmo jeito que a tecnologia da bomba atômica pode ser utilizada para o bem e para o mal , o behaviorismo também. É uma ciência, e seus resultados podem ser utilizados tanto para a evolução e desenvolvimento da sociedade, quanto para a manutenção da relação de exploração na mesma.

4)Social - Crítica. Primeiramente que não é uma visão psicológica, e sim basicamente política, moral. Diminuir as diferenças sociais e criar um ser humano crítico e capaz de modificar o meio de forma positiva é uma visão política e que tem, em suas raízes, o poder da influência do social no ser humano. Se levarmos em conta novamente que a análise do comportamento É uma ciência, ela pode sim ser aplicada com o objetivo de ajudar neste processo. Reconhecer que o ser humano é um ser social, é dizer que ele sofre influência do ambiente em que vive, ambiente este que é também sua cultura e sua realidade, assim como características específicas de sua classe social.

Modificar a estrutura da escola, bem como a atuação dos profissionais, claramente modificará a relação dos estudantes com o mundo e também com o processo de estudar, assim, resultando em comportamentos específicos dessa relação. O Psicólogo comportamentalista na escola pode fazer uma bela analise funcional e identificar quais são as necessidades da região, suas problemáticas, o por que delas se perpetuarem, quais são as contingências que perpetuam atividades de auto-sabotagem da sociedade, de tal escola e dos alunos dela, bem como as características que eles possuem, afim de ter como base de início esta realidade, para assim, terem um aprendizado baseado não nas exigências do mercado, mas nas exigências específicas de sua sociedade, e além disso, nas possíveis habilidades que (ser crítico, ter consciência política, por exemplo), depois de muita avaliação do contexto, possam contribuir para a melhora do mesmo.

Espero que tenham gostado de tais argumentos, quaisquer dúvidas, estou de prontidão!

Abraços.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Interpretação dos Sonhos, Pode ser útil?

Sonhos, esse comportamento abstrato que nos ocorre quando estamos "dormindo", tão abstrato quanto uma obra de arte ou um rabisco no chão, e que insistimos em dar algum sentido.

Nós, seres humanos, em nossa história como tais, temos exemplos de várias tentativas de dar um "sentido" ao caos. Ligamos pontos luminosos no céu e associamos com algum objeto, ser vivo, mito, etc., e assim formamos constelações. Usamos nomes para esses mesmos objetos a fim de identificá-los e categorizá-los, separando-os e diferenciando-os dos demais. E isso também parece acontecer com os sonhos.

Por mais abstrato, aleatório, que um sonho seja, insistimos em interpretá-lo, organiza-lo, dar algum sentido a esse "bacanal" de estímulos, afinal, historicamente, temos esse comportamento em todos os lugares. Agora, a questão é... para que?

Tenho uma opinião que gostaria de compartilhar. Talvez a interpretação dos sonhos seja um método prazeroso e eficaz de fazer a pessoa ter raciocínio lógico, pensamento abstrato, talvez até um comportamento criativo saia daí, DESDE que esse seja o objetivo. Se a interpretação dos sonhos for para "descobrir o seu eu interior" tudo isso que foi dito deve ser esquecido. Talvez sirva também para identificar variáveis interessantes, como por exemplo, situações onde se teve "medo" no sonho, podem refletir situações reais de medo.

Acredito, portanto, que a interpretação dos sonhos pode ser útil para algo, mas ainda precisa ser estudada como método e, além disso, estudar minunciosamente em que situações ela poderia ser benigna numa terapia.