segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Behaviorismo pode ser Social - Crítico.

Escola, ambiente de muitos traumas infantis para muitas pessoas, assim como de amizade, entre outras situações características desta instituição. Pois bem, hoje falarei sobre o que presenciei em sala de aula e utilizarei este blog como um desabafo, mas também, como informativo para quem se propor a ler. Agradeço desde já a atenção, e prometo um doce para cada um que ler e me formular uma resposta crítica :P

Foi discutido 4 tipos de pedagogia:
1) Tradicional. Aquela que "joga" o conteúdo no indivíduo meio que por obrigação e imposição, a fim de torna-lo um baú de informações (por muitas vezes inúteis), e o psicólogo neste contexto não tem muito espaço, além daquele de ser um clínico no ambiente escolar, algo totalmente contraditório. O indivíduo é uma "tábula-rasa" (adoram usar esse termo não?).

2)Escola Nova. Uma crítica a tradicional, porém com uma visão, pode-se dizer, inatista, pois implica num indivíduo que busca ele próprio o conhecimento, com o professor sendo utilizado apenas como um apoio. Sendo assim, os mais atenciosos são privilegiados, e os mais "na deles", são jogados de lado, afinal, ele são assim mesmo, não querem trazer nada pra escola, então pode deixar eles desse jeito.

3)Tecnicista. Bom... aqui começam as barbaridades anti-behaviorismo. Tecnicismo é a escola que "capacita" o indivíduo para um trabalho específico, onde também se começou a utilizar os testes vocacionais.
1º Dizer que o tecnicismo é fruto de uma visão behaviorista é COMPLETAMENTE equivocado. PODE-SE dizer que, ao analisar a abordagem behaviorista radical, tendo em vista objetivos de capacitar o proletariado, notou-se que ela seria eficaz para tal proposta e, portanto, poderia ser utilizada.
2º Do mesmo jeito que a tecnologia da bomba atômica pode ser utilizada para o bem e para o mal , o behaviorismo também. É uma ciência, e seus resultados podem ser utilizados tanto para a evolução e desenvolvimento da sociedade, quanto para a manutenção da relação de exploração na mesma.

4)Social - Crítica. Primeiramente que não é uma visão psicológica, e sim basicamente política, moral. Diminuir as diferenças sociais e criar um ser humano crítico e capaz de modificar o meio de forma positiva é uma visão política e que tem, em suas raízes, o poder da influência do social no ser humano. Se levarmos em conta novamente que a análise do comportamento É uma ciência, ela pode sim ser aplicada com o objetivo de ajudar neste processo. Reconhecer que o ser humano é um ser social, é dizer que ele sofre influência do ambiente em que vive, ambiente este que é também sua cultura e sua realidade, assim como características específicas de sua classe social.

Modificar a estrutura da escola, bem como a atuação dos profissionais, claramente modificará a relação dos estudantes com o mundo e também com o processo de estudar, assim, resultando em comportamentos específicos dessa relação. O Psicólogo comportamentalista na escola pode fazer uma bela analise funcional e identificar quais são as necessidades da região, suas problemáticas, o por que delas se perpetuarem, quais são as contingências que perpetuam atividades de auto-sabotagem da sociedade, de tal escola e dos alunos dela, bem como as características que eles possuem, afim de ter como base de início esta realidade, para assim, terem um aprendizado baseado não nas exigências do mercado, mas nas exigências específicas de sua sociedade, e além disso, nas possíveis habilidades que (ser crítico, ter consciência política, por exemplo), depois de muita avaliação do contexto, possam contribuir para a melhora do mesmo.

Espero que tenham gostado de tais argumentos, quaisquer dúvidas, estou de prontidão!

Abraços.

2 comentários:

  1. O Behaviorismo Radical, pode ser extremamente útil quando aplicado de forma correta (coerente com a sua filosofia) em qualquer uma das situações. Pode ser ótimo em uma situação de ensino "tradicional", como em uma palestra, por exemplo, onde não é possivel conhecer profundamente cada pessoa que está assistindo ao evento, mas é necessário aumentar a probabilidade de aprendizado na situação. Pode ser ótimo para o ensino de tecnicos, (inclusive tecnicos "cidadãos" se for essa a intenção). E é extremamente útil no caso descrito como "social".
    O que acho complicado é ficar atrelando o Behaviorismo a determinada corrente só porque está na moda. Afinal, as modas passam, mas a analise do comportamento tem condiçoes de permanecer - mesmo que modificada - fazendo um trabalho excelente por muito tempo.
    Saudaçoes
    Marcela

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  2. "Modificar a estrutura da escola, bem como a atuação dos profissionais, claramente modificará a relação dos estudantes com o mundo e também com o processo de estudar, assim, resultando em comportamentos específicos dessa relação."

    Ótima colocação, Daniel.

    Não tive ainda alguma aula onde fosse exposto os modelos educacionais (mesmo que minimamente, sintetizadamente...). Do pouco que eu li sobre Pedagogias, encontrei textos falando sobre a pedagogia bancaria e a da autonomia do P.Freire e boas comparações com a proposta da AC. O ensino que a pedagogia da autonomia propoe vai de encontro à própria definição que a filosofia comportamental oferece. Recomendo a leitura de um texto do Sergio Cirino sobre o tema - (e um esboço de um artigo daquele nosso colega, o Ramon) ;)

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