quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Treino na sala de aula, uma possibilidade.

Darei uma sugestão para qualquer estudante de qualquer área, não só a psicologia.

Primeiramente, gostaria que interpretassem o seguinte texto como uma sugestão. Sugestão essa que é minha, que eu pratico e que tem resultados para a minha pessoa, não significa que funcionará para ti, mas que pelo menos leia e "pegue" o que achar melhor.

Estudante, a primeira sugestão que tenho é: identifique quais as habilidades necessárias para o profissional que quer ser. Citarei algumas habilidades que acredito serem essenciais para um psicólogo:

1)Ter paciência.
2)Saber ouvir.
3)Saber não interromper outra pessoa, falar no momento certo.
4)Falar de forma calma e clara para todos os presentes.
5)Falar de forma coesa, ou seja, que sua frase tenha sentido do começo ao fim.
6)Não ter devaneios e fugir muito do tema atual. Ex: nao fale de íons se o assunto é "como comer um hot dog", ou vice-versa.
7)Não julgue, analise sempre a função e entenda o outro por mais aversivo que ele possa ser.

A partir disso, a segunda sugestão é que pratique tais habilidades na sala de aula, na relação com seus amigos, com o professor, com o tio da cantina, etc. Tornando essas práticas diárias e corriqueiras, talvez deixem você muito mais preparado para quando for atuar, do que se não tivesse treinado nunca. Não espere chegar na hora da prática para praticar. Se antecipe aos fatos, se exponha a essas experiências, peça ajuda, treine o contato pessoal, verbal. Treine o cuidado ao outro, ajude, compreenda.

Espero que este post tenha contribuído com algo. Fui.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um fato da psicologia sócio-histórica

Olá querido leitor do meu blog.
Hoje falarei sobre uma diferença que a psicologia sócio-histórica diz ter do behaviorismo, mas que de fato não há. Pretendo demonstrar isso em linguagem bem prática.

A sócio-histórica acredita que o comportamento humano é fruto da filogênese (leigamente chamada de genética), ontogênese (desenvolvimento do indivíduo), micro-gênese (história particular do indivíduo), sócio-gênese (podemos incluir aqui a influência das interações humanas, cultura, classe social, etc.).

Pois bem... Embora possa parecer muito diferente do behaviorismo radical não é.
O behaviorismo radical credita o comportamento à filogênese, à ontogênese e à cultura. A questão me parece simples de resolver pois, o que a sócio-histórica credita à micro-gênese, está incluso no que o behaviorismo credita à ontogênese, e a sócio-gênese pode facilmente ser incluida e dividida entre a ontogênese e cultura.

Então, não é tão diferente, aliás, não é NADA diferente. Pelo que me parece, a sócio-histórica quis deixar claro as diferenças entre social, individual, genético e desenvolvimento (talvez o desenvolvimento aqui tenha uma visão antiga de desenvolvimento biológico). Já o behaviorismo teve as definições destes conceitos de tal forma que abarcasse, e abarca ainda, tudo isso.

Pois é, diferentes países, diferentes conceitos, mas... que chegaram no mesmo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Behaviorismo pode ser Social - Crítico.

Escola, ambiente de muitos traumas infantis para muitas pessoas, assim como de amizade, entre outras situações características desta instituição. Pois bem, hoje falarei sobre o que presenciei em sala de aula e utilizarei este blog como um desabafo, mas também, como informativo para quem se propor a ler. Agradeço desde já a atenção, e prometo um doce para cada um que ler e me formular uma resposta crítica :P

Foi discutido 4 tipos de pedagogia:
1) Tradicional. Aquela que "joga" o conteúdo no indivíduo meio que por obrigação e imposição, a fim de torna-lo um baú de informações (por muitas vezes inúteis), e o psicólogo neste contexto não tem muito espaço, além daquele de ser um clínico no ambiente escolar, algo totalmente contraditório. O indivíduo é uma "tábula-rasa" (adoram usar esse termo não?).

2)Escola Nova. Uma crítica a tradicional, porém com uma visão, pode-se dizer, inatista, pois implica num indivíduo que busca ele próprio o conhecimento, com o professor sendo utilizado apenas como um apoio. Sendo assim, os mais atenciosos são privilegiados, e os mais "na deles", são jogados de lado, afinal, ele são assim mesmo, não querem trazer nada pra escola, então pode deixar eles desse jeito.

3)Tecnicista. Bom... aqui começam as barbaridades anti-behaviorismo. Tecnicismo é a escola que "capacita" o indivíduo para um trabalho específico, onde também se começou a utilizar os testes vocacionais.
1º Dizer que o tecnicismo é fruto de uma visão behaviorista é COMPLETAMENTE equivocado. PODE-SE dizer que, ao analisar a abordagem behaviorista radical, tendo em vista objetivos de capacitar o proletariado, notou-se que ela seria eficaz para tal proposta e, portanto, poderia ser utilizada.
2º Do mesmo jeito que a tecnologia da bomba atômica pode ser utilizada para o bem e para o mal , o behaviorismo também. É uma ciência, e seus resultados podem ser utilizados tanto para a evolução e desenvolvimento da sociedade, quanto para a manutenção da relação de exploração na mesma.

4)Social - Crítica. Primeiramente que não é uma visão psicológica, e sim basicamente política, moral. Diminuir as diferenças sociais e criar um ser humano crítico e capaz de modificar o meio de forma positiva é uma visão política e que tem, em suas raízes, o poder da influência do social no ser humano. Se levarmos em conta novamente que a análise do comportamento É uma ciência, ela pode sim ser aplicada com o objetivo de ajudar neste processo. Reconhecer que o ser humano é um ser social, é dizer que ele sofre influência do ambiente em que vive, ambiente este que é também sua cultura e sua realidade, assim como características específicas de sua classe social.

Modificar a estrutura da escola, bem como a atuação dos profissionais, claramente modificará a relação dos estudantes com o mundo e também com o processo de estudar, assim, resultando em comportamentos específicos dessa relação. O Psicólogo comportamentalista na escola pode fazer uma bela analise funcional e identificar quais são as necessidades da região, suas problemáticas, o por que delas se perpetuarem, quais são as contingências que perpetuam atividades de auto-sabotagem da sociedade, de tal escola e dos alunos dela, bem como as características que eles possuem, afim de ter como base de início esta realidade, para assim, terem um aprendizado baseado não nas exigências do mercado, mas nas exigências específicas de sua sociedade, e além disso, nas possíveis habilidades que (ser crítico, ter consciência política, por exemplo), depois de muita avaliação do contexto, possam contribuir para a melhora do mesmo.

Espero que tenham gostado de tais argumentos, quaisquer dúvidas, estou de prontidão!

Abraços.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Interpretação dos Sonhos, Pode ser útil?

Sonhos, esse comportamento abstrato que nos ocorre quando estamos "dormindo", tão abstrato quanto uma obra de arte ou um rabisco no chão, e que insistimos em dar algum sentido.

Nós, seres humanos, em nossa história como tais, temos exemplos de várias tentativas de dar um "sentido" ao caos. Ligamos pontos luminosos no céu e associamos com algum objeto, ser vivo, mito, etc., e assim formamos constelações. Usamos nomes para esses mesmos objetos a fim de identificá-los e categorizá-los, separando-os e diferenciando-os dos demais. E isso também parece acontecer com os sonhos.

Por mais abstrato, aleatório, que um sonho seja, insistimos em interpretá-lo, organiza-lo, dar algum sentido a esse "bacanal" de estímulos, afinal, historicamente, temos esse comportamento em todos os lugares. Agora, a questão é... para que?

Tenho uma opinião que gostaria de compartilhar. Talvez a interpretação dos sonhos seja um método prazeroso e eficaz de fazer a pessoa ter raciocínio lógico, pensamento abstrato, talvez até um comportamento criativo saia daí, DESDE que esse seja o objetivo. Se a interpretação dos sonhos for para "descobrir o seu eu interior" tudo isso que foi dito deve ser esquecido. Talvez sirva também para identificar variáveis interessantes, como por exemplo, situações onde se teve "medo" no sonho, podem refletir situações reais de medo.

Acredito, portanto, que a interpretação dos sonhos pode ser útil para algo, mas ainda precisa ser estudada como método e, além disso, estudar minunciosamente em que situações ela poderia ser benigna numa terapia.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval, uma contradição.

Ah Brasil... País do Carnaval, do Samba, do Calor Humano... e digamos de passagem, QUE calor.

O festival carnal é algo que realmente me impressiona em um país dito "cristão". Na teoria, desejar a mulher de outro seria uma desobediência a um dos dez mandamentos, mas parece que nesta época se esquece disso. Também se esquece de outro mandamento que diz para não se trabalhar aos sábados... bom, todos os lixeiros, garçons, etc, deveriam então, logo após o final da festa serem sumariamente assassinados, certo? Ah adoro contradições religiosas. Me vieram com um argumento de que a pena para pecado X depende da interpretação Y que a religião Z dá. Oras, a palavra de Deus não é só uma? Perfeita? Por que tantas interpretações da perfeição? Algo a se pensar...

Outra coisa a se pensar é, como viveríamos ATUALMENTE (veja a importância deste atualmente na sequência do texto) sem esses mandamentos? Oras, do mesmo jeito que vivemos agora, ou seja, sem se importar de fato com eles. Talvez nos importamos com os mais importantes como : não matar, não roubar, etc. Mas que , claramente, não é a religião quem impõe, mas as próprias leis sociais vigentes (estas talvez sim, primariamente "influenciadas" por crenças religiosas ditadoras de morais). Aliás, isto ressalta a importância da religião na sociedade atual, a importância que ela teve para a história humana e, assim, nossa moral vigente. Notemos que a moral de vários países está pautada na "crença dominante".

Mas é certo permanecer com a religião em nossas vidas, sendo que, através do pensamento científico, tal crença é na verdade limitativa? Limita-nos a não pesquisar,a não questionar, a não experimentar, curtir, e apenas aceitar os mandamentos e as palavras divinas, o que é algo totalmente aversivo do ponto de vista científico cético crítico, que tem contribuído tanto para a evolução de nossa tecnologia e espécie. E a resposta que eu dou à minha pergunta é não. Não há mais espaço para a religião, mitos. Eles nos colocam numa zona de conforto onde nossas responsabilidades são colocadas na mão de outro, e as consequências de nossas ações são tratadas como algo premeditado por este e que, portanto, não precisariam de investigação.

Pois é, se você é fiel à um Deus, um mito, o carnaval é uma contradição, e nao sei se vocÊ conseguirá conviver com ela. Se você é fiel à realidade, bom carnaval, curta, se divirta, pois a vida é curta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Uma crítica a Psicanálise.

Pretendo neste post, deixar claras algumas posições que tenho perante a Psicanálise.

A Psicanálise veio, através de Freud, colocar na sociedade algumas questões totalmente pertinentes em relação ao comportamento humano. Freud teve idéias brilhantes e irei citar aqui alguns destes aspectos que considero principais.
O primeiro aspecto foi levantar a questão da sexualidade, e mais precisamente do prazer, e como este prazer está presente em nós desde nossa nascença, nas mais variadas interações familiares. E com esse prazer, também há, claramente, a decepção de não obter este prazer, e suas implicações no desenvolvimento humano.
O segundo aspecto, é a idéia de super-ego, principalmente se considerarmos que o super-ego nada mais é que a moral do indivíduo, ou moral da sociedade, ou regras. A importância dada a este conceito é clara até hoje em muitas teorias pós-freudianas, e, até abordagens externalistas entendem a influência de uma moral no comportamento humano.

A crítica que tenho à Freud foi seu método. Apesar de sua genialidade em identificar variáveis que possam exercer controle no comportamento, sua abordagem não foi nada científica, faltando evidências e experimentações concretas para comprovar suas afirmações. Outra crítica é o excesso de ficções didáticas, que variaram demais em toda sua obra, causando confusão a todos os estudantes iniciantes e dando a entender para tais, que inconsciente, por exemplo, é uma entidade, e não um conceito. Freud falhou pelo fato de não ter evidências concretas de como a moral, o prazer, as experiências vividas, as lembranças, entre outras variáveis, afetam de fato o comportamento do indivíduo, assim como falhou em demonstrar em como a fala pode curar, ou em como uma associação livre, pode, de fato, causar melhoras significativas na saúde de um indivíduo. Suas suposições, infelizmente, são tratadas como verdades incontestáveis, que de fato, parecem ser dogmas para seus seguidores, coisa que o próprio Freud abominaria, gerando uma consequência muito mais perigosa: a imutabilidade da prática.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Behaviorismo é interacionista SIM.

Bom, irei desmistificar algumas críticas ao behaviorismo...


A 1ª: Behaviorismo está ultrapassado, o interacionismo é melhor.

R: Behaviorismo É interacionista, principalmente se você considerar que interacionismo é o "dar valor à interação entre um termo e outro". Para Vygotsky, a interação é entre indivíduo e cultura, coisa que não contradiz o behaviorismo, muito pelo contrário, pois o indivíduo não é só resultado de sua interação com a cultura, e sim, se comporta de acordo com sua interação com o ambiente. Dizer que um ser humano, só é ser humano quando está inserido numa cultura pode mascarar o fato de que ele é totalmente influenciado pelo ambiente de uma maneira geral, e que a mudança do ambiente, muda o comportamento, resultando assim, diferentes culturas, diferentes comportamentos. O organismo modifica o meio, e esse meio modifica o organismo, isso está muito claro quando se fala de behaviorismo. Resumindo, sem essa interação... difícil ocorrer mudanças.

A 2ª: O ser humano para o behaviorismo não é ativo.

R: O que comportamento OPERANTE te diz? O comportamento é Operante por que OPERA no ambiente, altera o ambiente, se ele não se comportar, não há alteração, mudança, modificação, e são as consequências dessa operação/resposta que aumentam a possibilidade de fazer novamente. Podemos dizer de uma maneira leiga que, tudo o que fazemos e de fato serviu pra algo, faz a gente fazer algo parecido em situações parecidas, se não deu certo, provavelmente não faremos. Podemos dizer de maneira didática que, tudo o que fazemos é por que, ou conseguimos algo positivo para a sobrevivência, ou por que evitamos algo aversivo/perigoso/chato,etc. à mesma.
O ser humano não pensa para fazer, a causa do fazer não está no pensar. A causa do fazer está no que foi selecionado na interação entre ambiente/organismo. O próprio pensar foi selecionado, se não, ele não existiria. A função do pensar pode ser variada, mas vale lembrar que ela nada mais é que um "fazer" privado (ou seja, escondidinho dos outros) , e lógicamente, uma hora poderá se tornar pública(ou seja, pra todo mundo saber). Podemos dizer que você pensa sempre antes de fazer? Não. As vezes você não pensa nada, somente faz. Só que isso para o behaviorismo é interpretado de outra maneira... E sendo redundante, propositalmente, para finalizar, o comportamento não ocorre depois do pensar, o pensar é comportamento, portanto, diriamos que, pensar é fazer "privadamente", e que, logicamente, qualquer parte deste fazer "privadamente" pode se tornar público a qualquer momento.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Concepções de mundo ditam comportamentos?

Vendo Discovery Channel, esses dias, me apareceu o seguinte questionamento: A religião ou concepção de mundo, pode alterar o modo de lidar com o mundo?

Pelo que vejo, sim, e se torna muito claro quando comparamos: monoteísmo, politeísmo e ciência.

A visão de "deus perfeito" que dita comportamentos perfeitos, do monoteísmo, acaba reforçando que se comportar de maneira X é certo, de maneira Y é errado, e mais que isso, o "diferente", principalmente quando se fala de aparência ou opção sexual, acaba sendo jogado na sarjeta. Coisa que não ocorre muitas vezes no politeísmo, onde o diferente é respeitado e até cultuado, as aparências não tem um "normal", o "normal" é a diversidade. Isso talvez pelas diferentes formas "não-humanas" que povoam as divindades.
A ciência, apesar de não ser impositiva, ou seja, não impõe valores, e tenta ao maximo ser descritiva da realidade, acaba, como consequência, gerando interpretações. Interpretações essas que geram um conceito de normalidade muito específico. A ciência, ao descobrir que ha alterações no cérebro de uma pessoa hiperativa, está descrevendo essa alteração, o problema se dá quando alguém interpreta que isso é errado, e quem tem isso é "anormal" e precisa ser tratado com medicamentos de controle químico, sem discriminar a real necessidade de uma intervenção deste tipo, dando um rótulo e criando uma exigência de mercado automaticamente.

Tudo isso pra dizer que... um rapaz, com uma doença desconhecida na Índia, é tratado na cidade como uma aberração, e no interior, como um enviado divino. Pois é... quem está mais certo neste caso? Nem tudo que é adaptativo é justo, certo?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Behaviorismo é menos humano... será?

Recebi um argumento de um colega de classe, que o behaviorismo é menos "humano" do que a sócio-histórica por exemplo.
Respondo esse argumento dessa maneira:
Quem faz o atendimento ser humano ou não é o psicólogo, nenhuma teoria é mais ou menos humana, mais ou menos ludica. A teoria embasa a prática, e se faz com ela o que "se quer". Podemos tanto ter um psicanalista anti-ético e desumano, quanto um behaviorista totalmente humano.

Certo? :)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenvolvimento Humano

Hoje serei curto e grosso.

Criar "ideais" de desenvolvimento é limitar e criar a definição de deficiente à alguém que não é de fato. O ser humano não tem "hora" pra ter um determinado tipo de comportamento, ele ocorre devido à sua história de vida e relação com o ambiente. Exigir de um ser humano que nunca viveu em sociedade que ele ande, corra, fale, é algo impensável e, além disso, força à concepção de normalidade, ou seja, comportamentos ideais. A questão é: ideais para quem? Se tal ser humano tiver tais comportamentos, ele é mais aceito? Por que?... Pois é. Responder estas questões é essencial. Nunca devemos esquecer: estamos dentro de uma sociedade, e muitas vezes, suas exigências são hipócritas e, infelizmente, excluem, sem investir na possibilidade de "melhora", os considerados "menos aptos" à ela.

Triste, não?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Você não precisa saber tudo.

Nesse post irei falar sobre uma coisa muito presente na faculdade.

A exigência:
Grande parte das faculdades utilizam o método de prova como medidor de seus conhecimentos, esse método tem se mostrado eficaz na sociedade de hoje, tanto, que é perpetuado. Mas ele também causa alguns efeitos colaterais. A pressão pré-prova, para se tirar nota, por exemplo, é muito conhecida de todos, e muita gente já sofreu uma queda de desempenho devido à ela. Você se pega dizendo: preciso tirar nota, vou decorar isso, isso e aquilo, preciso entender isso e aquilo, senão to ferrado.

Esse efeito colateral, infelizmente, parece que ainda será perpetuado por muito tempo, pois as instituições não mostram sinais de que pretendem solucionar esse problema tão básico de sua metodologia de avaliação. Portanto cabe a nós nos adaptarmos a ele.

Sustendando a minha singela opinião de que todo psicólogo deva ser, antes de tudo, um cientista, vejamos que estudar pra tirar nota não é bem uma postura aceitável. Embora o sistema de ensino faça exigências, a exigência não é saber a sua nota, e sim, tentar medir o quanto você sabe, então, teóricamente, o método mais eficaz para se tirar nota seria: estudar para ser um bom psicólogo.

O que eu vejo muito por aí é a tentativa de decorar termos e se afogar nos livros... mas gostaria de sugerir outro método... DISCUTA. Sim, discuta com os amigos, pergunte para eles o que eles acham sobre tal assunto, se eles concordam com isso ou aquilo, se não, por que, etc. Errar, nestas discussões, costuma ser normal, e estar aberto para ouvir, e se retratar, é algo que costuma ser necessário, para não haver uma discussão "ad hominem". A prova não é nada mais do que isso, uma discussão, mas ao invés de ser uma pessoa, é uma folha de papel, e que, muito mais fácil do que uma pessoa, não vai ficar discutindo com você se você está certo ou não. Ela só quer saber o que você sabe.

E pra terminar, você não é mais burro, ou menos burro, inteligente ou não, você está assim do jeito que você é graças a sua história de vida e interação com o ambiente. A única maneira de mudar é se expondo às mudanças, e acredito que a discussão ajuda neste sentido. Essa interação deixa tudo mais claro para todos, além de formular questões sobre o conhecimento, as pessoas variam seus comportamentos sobre o assunto, a fim de não apenas "obtê-lo" mas também "criá-lo" e esporádicamente "testá-lo". Novamente, não seja um papagaio, questione, e se estiver errado, assuma, e comece a questionar novamente.

Obs.: a polêmica do reforço positivo (posts anteriores) é mais para levantar questões e melhorar entendimento, portanto, questione-a também, encontre falhas, eu não sou o dono da razão, e não espero que ninguém seja. :P

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O início

Venho por meio deste blog iniciar uma conduta que espero que todo estudante tenha, desde já, aliás, desde ontem.

A motivação deste blog se dá por um motivo básico e digamos irritante: Papagaios.

Papagaios tem um comportamento interessante, eles são fofinhos, bonitinhos, e além disso, tem uma capacidade incrível de imitar. É algo admirável como eles conseguem reproduzir um som, de outro ser, com muita equivalência. Esses Papagaios, fofinhos, bonitinhos, tem seu correlato na faculdade, e é destes que pretendo formular uma crítica neste primeiro post.

Você que é behaviorista (olá caros amigos :) ), por favor, ignore os detalhes e o palavreado meio mentalista em alguns momentos, pois o intuito deste blog não é ser beheca, mas de alguma forma, elucidativo e claro.

Pois bem...
Me intrigo com alguns fatos... acredito eu que todo estudante de psicologia deveria ser antes de tudo um cientista, e aliás, saber o que é de fato a ciência, coisa que não vejo muito na academia. Nota-se um inteligentismo "falso", onde o importante é mostrar que se sabe, mostrar que tem conhecimento, com frases iniciadas com "eu sei...", "eu li..", "eu vi em tal lugar", "me contaram..." entre outras frases, que, são de fato ... inúteis.

Questionar, pessoas, faz bem, se um professor fala para ti "isto é ciência" e você "aceita", parabéns, seja mais um papagaio. Pesquisar NO MÍNIMO se aquilo é realmente ciência, e qual a validade real de tal conhecimento não é um esforço a mais, é um esforço necessário! Dizem: "ah, nao tenho tempo de fazer isso", quando na verdade, isso não precisa de "tempo", isso é algo que deveria ser automático, até por quê, questionando o texto é que você tende a entendê-lo de forma mais adequada.

Vejamos exemplos práticos.

TDAH... o famoso Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade...

Eu tenho profundas críticas à qualquer um que falar que é um "distúrbio neurológico"... pois, esse fato não explica o comportamento. Que é um distúrbio neurológico isso é óbvio, observável, científicamente comprovado, afinal você vê a alteração ali na imagem, certo? mas.. isso significa dizer que é o distúrbio quem causa o comportamento? resposta: NÃO. Isso só indica que o cerebro está se comportando de X maneira quando o comportamento X acontece, visto que ambos, apesar de serem contíguos, são respostas e são correlacionados, um invariávelmente não ocorre sem o outro. Então não é o distúrbio que causa o comportamento, o disturbio em si é comportamento também, ocasionado por: erro genético, ou, adaptação do organismo ao ambiente. Um exemplo para se entender esse raciocínio é o seguinte:
Levante o braço. Percebeu que, antes de você chegar a altura necessária em que você considera "levantado" você passou por varias outras alturas antes? Seria possível você levantar o braço até o topo da cabeça, sem ter passado pelas alturas do peito, do ombro e da boca? não. O organismo funciona praticamente da mesma maneira, ele precisa passar por algumas coisas antes de chegar a um final. MAS TODAS essas "coisas" são considerados o mesmo: comportamento.

Outra coisa com a que me deparei hoje foi a "deficiência mental leve" e "como perceber isso numa entrevista de emprego"...

Pessoas, diagnosticar alguem com "deficiencia mental leve" é buscar uma exigência de mercado muito, mas muito limitativa. Dá para notar que "atraso mental..." é nada mais do que um "rótulo" criado pra identificar algo como a "capacidade e/ou velocidade de aprendizagem" ?
E percebe-se automaticamente a necessidade de um "comportamento ideal", ou seja, um ser humano dentro de padrões que de fato servem pra selecionar os mais aptos, mas também, para colocar na sarjeta os que não tiveram as contingências necessárias e, assim, os comportamentos necessários para serem os escolhidos. Hipócrita, não?

Como psicólogo será realmente importante dar esses rótulos a seus pacientes? Não é muito mais interessante, quando não é uma doença genética, ou com agente patogenico reconhecido, simplesmente partir do repertório atual de comportamentos e daí sim, partir para outros mais complexos? Qual a importância de um rótulo neste caso?... Qual a importância de dar o nome TDAH, Fobia, TOC?
Deixo isso para pensar :)

Acho que por hoje está bom. em breve mais :)

Abraços